O exame de ressonância magnética (RM) ou ressonância magnética nuclear (RMN) serve para auxiliar o médico no diagnóstico de diversas doenças, assim como para avaliar a resposta ao tratamento. Ao contrário da radiografia (RX) e da tomografia computorizada (TC), não utiliza radiação ionizante. A RM funciona com um campo magnético intenso e ondas de rádio para produzir imagens detalhadas dos diferentes órgãos e sistemas do corpo humano.
Os aparelhos de RM que produzem campos magnéticos mais intensos (1,5T e 3T de uso clínico comum e 7T utilizado em investigação) são semelhantes a túneis e referidos popularmente por ressonância magnética fechada ou de campo fechado. Em alternativa, nomeadamente para indivíduos com claustrofobia, existem aparelhos de ressonância magnética aberta. Estes aparelhos produzem campos magnéticos menos intensos, pelo que as imagens médicas obtidas apresentam menor detalhe e resolução.
Ressonância magnética com contraste
Na ressonância magnética com contraste é avaliado o comportamento vascular das estruturas em estudo, complementando a avaliação inicial sem contraste.
O gadolínio é uma substância administrada por via endovenosa que aumenta a intensidade de sinal das estruturas com fluxo sanguíneo aumentado, por exemplo no contexto de tumores ou inflamações. O uso de gadolínio está contra-indicado em doentes com insuficiência renal grave. A amamentação não é contra-indicação para a administração de contraste. No caso de mulheres grávias, o risco é discutido entre o Médico Radiologista e o Médico Assistente. Episódio prévio de reação anafilática a gadolínio é outra contra-indicação para o uso deste tipo de contraste, no entanto as reações são muito menos frequentes comparativamente ao uso de contrastes iodados em TC.
Exames de ressonância magnética
A ressonância magnética pode ser realizada em diferentes órgãos e sistemas do corpo humano, conforme se descreve de seguida.
Ressonância magnética do crânio
A ressonância magnética do crânio ou craniana (cabeça) possibilita o estudo do encéfalo.
Saiba, aqui, tudo sobre ressonância magnética do crânio.
Ressonância magnética da coluna
Em doentes oncológicos serve para diagnosticar metástases ou tumores primários, assim como para avaliar a resposta ao tratamento.
Saiba, aqui, tudo sobre ressonância magnética da coluna.
Ressonância magnética do joelho
Saiba, aqui, tudo sobre a ressonância magnética do Joelho.
Ressonância magnética do ombro
A ressonância magnética do ombro está indicada em doentes com dor sem resposta a terapêutica médica conservadora, nomeadamente para exclusão de rotura dos tendões da coifa dos rotadores ou lesão do labrum glenoideu.
Saiba, aqui, o que é a rotura da coifa dos rotadores.
Saiba, aqui, tudo sobre a ressonância magnética do ombro.
Ressonância magnética da mama
A ressonância magnética da mama está indicada no diagnóstico de rotura intra-capsular de prótese mamária, caso a ecografia seja inconclusiva.
Em oncologia, a RM da mama está indicada no diagnóstico de carcinoma da mama em mulheres que apresentem elevada suspeita clínica ainda que apresentem indicação de mamografia e ecografia mamária negativas. Está também indicada na avaliação pré-operatória de mulheres com carcinoma do tipo lobular invasivo ou carcinoma da mama multifocal / multicêntrico.
Geralmente, a ressonância mamária realiza-se como avaliação complementar de mamografia e ecografia mamária.
Saiba, aqui, tudo sobre ressonância magnética da mama.
Ressonância magnética abdominal
A ressonância magnética abdominal total pode estar indicada, por exemplo, no estadiamento de tumores abdominais, entre os quais o carcinoma do recto e do colo do útero, quer para o estadiamento local (pélvico) quer para o estadiamento regional (abdómen superior), em alternativa da TC do abdómen superior complementar e RM pélvica.
Saiba, aqui, tudo sobre ressonância magnética abdominal.
Ressonância magnética da pelve
Na ressonância magnética da pelve são estudados os órgãos aí localizados, nomeadamente útero e ovários em mulheres (RM da pelve feminina) e próstata nos homens (RM da pelve masculina). Poderá estar indicada na avaliação de doenças benignas como miomas uterinos, endometriose, hiperplasia benigna da próstata ou disfunção do pavimento pélvico, etc.
Está também indicada no estadiamento local e avaliação a terapêutica em casos de doenças oncológicas (carcinoma do colo do útero, carcinoma da próstata, carcinoma do recto, carcinoma da bexiga, etc).
Saiba, aqui, tudo sobre ressonância magnética pélvica.
Ressonância magnética cardíaca
A ressonância magnética cardíaca reveste-se de grande utilidade na avaliação de doenças do pericárdio, de displasia ventricular, doenças congénitas do coração, doença valvular cardíaca, doença cardíaca isquémica. A RM possibilita ainda a avaliação funcional, morfológica e estrutural do coração.
Saiba, aqui, tudo sobre RM cardíaca.
Ressonância magnética - outros
Para além dos órgãos atrás mencionados, a RM pode ser realizada para avaliar outros órgãos, como por exemplo, ao tórax, tornozelo, pé, bacia, sela turca, hipófise, ATM ou ouvido, entre outros.
Existem ainda aplicações especiais da RM.
A RM funcional cerebral permite a avaliação da atividade das diferentes regiões do cérebro, após múltiplos e diferentes estímulos.
A ressonância magnética com espectroscopia possibilita a identificação de vários metabolitos e a sua concentração no órgão a estudar, designadamente na próstata e é complementar à RM convencional da avaliação diagnóstica.
Como é feita a ressonância magnética?
Não é necessário qualquer tipo de preparação para a ressonância magnética. Pode tomar a medicação habitual e geralmente não é necessário jejum. Caso contrário será avisado pelo Serviço de Radiologia onde realizará o exame.
À chegada, o doente é convidado a trocar a roupa por uma bata e a retirar todos os objetos metálicos que possui, nomeadamente, relógio e acessórios.
Posteriormente é posicionado em decúbito dorsal (“barriga para cima”) na mesa que, de seguida, desliza para o interior do aparelho de RM.
Durante o exame serão dadas instruções via intercomunicador e deverá estar em repouso absoluto, pois qualquer movimento degradará a imagem médica, de forma semelhante ao que acontece em fotografia. Se durante o exame o doente se sentir desconfortável poderá solicitar a interrupção do mesmo via intercomunicador.
O Técnico de Radiologia executa o exame que posteriormente será interpretado e relatado pelo Médico Radiologista.
Os resultados do exame são conhecidos após o Médico Radiologista validar o relatório final.
O tempo que demora a execução do exame varia de acordo com o tipo de órgão em estudo. A duração média é de 40 minutos (oscila, habitualmente entre os 15 e os 60 minutos).
A RM é um exame não invasivo e indolor, ou seja, o paciente não sente qualquer tipo de dor durante a realização do exame.
A ressonância magnética poderá ser realizada com sedação em casos especiais, nomeadamente em crianças.
Alternativas à RM - outros exames
A ecografia (ultrassonografia, ultrassom) é um método imagiológico dinâmico, inócuo, de fácil acesso, rápido e económico. No entanto, apresenta várias limitações, designadamente a dependência do operador e a interposição de estruturas com gás (colon, pulmão, etc) ou osso/cálcio. Sempre que um estudo ecográfico for inconclusivo, e em função do caso em estudo, deverá ser realizada avaliação complementar por TC ou RM.
Saiba, aqui, o que é ecografia.
A tomografia computorizada (TC, TAC) apesar de ser uma técnica mais económica e mais disponível, utiliza radiação, pelo que em grupos específicos, nomeadamente crianças e grávidas, a RM é uma excelente alternativa.
Saiba, aqui, o que é TC ou TAC.
Associadamente, em TC são usados produtos de contraste endovenoso iodados, com uma probabilidade maior de reações anafiláticas e de disfunção renal. Nesse sentido, em indivíduos com alergias ou com a alteração da função renal, deverá ser ponderada a realização de RM. Em indivíduos com alteração grave da função renal também está contraindicado o uso de gadolínio (contraste usado em RM).
Resumidamente, a diferença existente entre a TC e a RM prende-se com o facto desta não utilizar radiação ionizante nem produtos de contraste endovenoso iodados, contra-inidicados em doentes com insuficiência renal e com uma taxa considerável de reações anafiláticas.
Quanto custa uma ressonância magnética?
Para a realização da ressonância magnética, o preço médio é de aproximadamente 300€, quando o exame é realizado a título particular. No entanto, o valor do exame é fixado pela clínica de imagiologia respetiva, pelo que o valor apresentado é meramente uma “ordem de grandeza”.
Os utentes do Sistema Nacional de Saúde (SNS) só têm acesso a este método de imagem médica em meio hospitalar, pelo que os diferentes estudos de ressonância magnética não estão considerados na Tabela de Convencionados. Para os beneficiários da ADSE, o preço da taxa moderadora varia entre 27€ e 30€ (ver tabela ADSE).
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