Fluxo de urina reduzido

Imagem de fazer xixi às gotas

O que é um fluxo de urina reduzido?

Um fluxo de urina reduzido é caracterizado pela dificuldade em começar a urinar ou manter a fluidez durante o processo, ou seja, o fluxo de urina é fraco ou com gotejamento (como se estivesse a fazer “xixi às pinguinhas”).

Este problema pode ser devido a diversos fatores / patologias subjacentes como um aumento da próstata, danos renais, entre outros, podendo ocorrer em homens e mulheres de qualquer idade, contudo é mais frequente em idosos do sexo masculino. Veja mais informação em “causas para um fluxo de urina reduzido”.

Este problema urinário pode ocorrer de forma súbita (doenças agudas) ou desenvolver-se lentamente, e pode ser impercetível durante muito tempo.

enfraquecimento do jato urinário

 

Um mau fluxo urinário pode levar à retenção urinária, o que significa que a pessoa é incapaz de urinar, por isso, é extremamente importante procurar aconselhamento médico logo que notar alterações no fluxo da urina, de modo a evitar complicações.

Quando o enfraquecimento do jato urinário ocorre de forma lenta,frequentemente passa despercebida ao doente. Porém, quando o seu jato é do tipo 3, 4 ou 5 deverá consultar um urologista.

Sinais e sintomas no fluxo de urina reduzido

Numa larga maioria dos casos, o fluxo de urina reduzido, geralmente, desenvolve-se lentamente ao longo do tempo, o que dificulta a identificação do problema, pois a pessoa afetada vai-se adaptando à situação. Contudo, quando não detetado o problema, este pode evoluir até se perder totalmente a capacidade de esvaziar a bexiga, o que é chamado de retenção urinária. Quando esta retenção urinária acontece de forma aguda, tal constitui uma emergência médica, mas a sua ocorrência de forma lenta e progressiva também pode ter graves consequências de saúde.

Por isso, é extremamente importante o doente estar atento ao surgimento de alguns sinais e sintomas, de modo a procurar aconselhamento médico o mais rapidamente possível.

Estes sinais e sintomas podem incluir:

  • Incapacidade de urinar;
  • Febre;
  • Dor lombar (fundo das costas) e abdómen inferior;
  • Calafrios;
  • Vómitos;
  • Náuseas;
  • Entre outros.

Ou seja, se para além de um pequeno fluxo urinário ocorrer algum dos sintomas como os apresentados acima, pode ser a indicação de um problema ou patologia mais grave, devendo procurar um médico urologista (especialista em doenças do sistema urinário) o mais rapidamente possível.

Clínica de Urologia

Causas do fluxo de urina fraco

Uma variedade vasta de patologias pode afetar o fluxo normal de urina. A causa subjacente do fluxo fraco de urina pode variar consoante o sexo e a idade da pessoa afetada, e pode ter várias patologias subjacentes, a saber:

Inflamações / Infeções

A prostatite é uma inflamação da próstata, sendo bastante frequente nos homens. Nestes casos, a próstata aumenta em tamanho e coloca pressão sobre a uretra, reduzindo o fluxo urinário. Para além de um fluxo urinário mais lento, podem ocorrer outros sinais e sintomas que variam bastante de intensidade de caso para caso.

Saiba, aqui, tudo sobre prostatite.

Para além da prostatite, muitas outras infeções podem originar a sintomatologia. Infeções do trato urinário e infeções sexualmente transmissíveis também podem levar a problemas com o fluxo de urina em ambos os sexos (feminino e masculino).

Saiba, aqui, tudo sobre infeção urinária.

Hiperplasia benigna da próstata (HBP)

Nos homens, o fluxo fraco é frequentemente causado por uma hiperplasia benigna da próstata. Esta patologia leva ao aumento da glândula prostática colocando pressão na uretra, e provocando assim o fluxo alterado de urina.

A maior parte dos homens desenvolve a HBP à medida que envelhecem, embora nem todos venham a desenvolver verdadeira obstrução do fluxo urinário.

Saiba, aqui, tudo sobre HBP.

Estenoses (apertos) da uretra

Trata-se de um redução do diâmetro interno da uretra, em um ou mais pontos, sob a forma de uma “cicatriz” que limita a passagem da urina.

Diversos fatores podem levar ao aparecimento de uma estenose ou aperto da uretra, tais como episódios prévios de infeções da uretra, de traumatismos pélvicos ou do períneo, de cirurgias através da uretra de algaliação. Frequentemente, estas estenoses surgem sem nenhum fator de risco prévio (chamam-se idiopáticas, neste caso).

Distúrbios e danos no sistema nervoso

Alguns nervos danificados também podem interferir com o fluxo de urina. A alteração dos nervos pode ocorrer em consequência de vários fatores, tais como:

  • Acidentes;
  • Parto;
  • Diabetes;
  • Infeções cerebrais ou medulares como a esclerose múltipla e outros distúrbios do sistema nervoso;
  • Entre outros.

Certos procedimentos cirúrgicos

Após uma cirurgia, diversos fatores podem levar ao desenvolvimento de uma retenção urinária: os efeitos dos medicamentos anestésicos, a estimulação ou lesão de determinados nervos pélvicos, o aumento da distenção da bexiga devido aos fluídos administrados, etc.

Operações à próstata, bexiga, rins, ou uretra também podem criar modificações nestes órgãos, podendo causar alterações no fluxo urinário.

Síndrome da bexiga tímida (parurese)

Em casos raros, o mau fluxo urinário pode ser sinal de uma patologia psicológica, conhecida como síndrome da bexiga tímida (parurese). A parurese ocorre quando uma pessoa se sente desconfortável a urinar na presença de outros, normalmente, em casas de banho públicas. Nestes casos, não existe uma verdadeira alteração da estrutura ou funcionamento do trato urinário.

Medicação

Certos medicamentos (remédios) também podem causar problemas na micção, nomeadamente:

  • Descongestionantes nasais;
  • Medicamentos antialérgicos;
  • Anticolinérgicos;
  • Antidepressivos;
  • Entre outros.

Outras causas

Para além das causas atrás mencionadas, muitas outras podem estar na origem de um fluxo urinário reduzido. Entre essas, podemos destacar algumas delas:

  • Prolapsos genitais femininos;
  • Cálculos da bexiga ou da uretra;
  • Cancro da próstata;
  • Cancro da bexiga;
  • Cancro da uretra;
  • Coágulos presentes na bexiga na sequência de uma hemorragia;
  • Corpos estranhos na uretra;
  • Alterações funcionais do trato urinário.

Diagnóstico da causa subjacente

Para diagnosticar a causa subjacente do fluxo urinário fraco, o médico urologista (especialista em urologia) recolhe a história clínica do doente, de modo a tentar saber e perceber as origens do problema, a saber:

  • Há quanto tempo o doente sofre do problema;
  • Se o mesmo se desenvolveu gradualmente ou repentinamente;
  • Sintomatologia acompanhante;

A observação clínica do doente também é fundamental, pois há diversos sinais que podem ser pesquisados e fornecem informação importante: se existe dilatação da bexiga (“globo vesical”), a consistência e dimensões da próstata (através do toque rectal) no caso dos homens, a observação ginecológica no caso das mulheres, a sensibilidade na região perineal, entre outros.

O médico especialista pode recorrer a algum dos seguintes meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT), de modo a identificar com mais precisão a causa subjacente do problema, designadamente:

  • Uretrocistoscopia;
  • Análises do sangue e urina.

Quais as consequências de um fluxo de urina fraco?

Além dos sintomas já descritos, e que podem evidentemente afetar a qualidade de vida e a capacidade de trabalho do doente, há alguns riscos associados a um mau esvaziamento da bexiga:

  • Infeções urinárias de repetição;
  • Formação de cálculos (pedras) na bexiga;
  • Perda de capacidade e do controlo sobre bexiga, originando perdas de urina;
  • Dilatação do sistema coletor dos rins e insuficiência renal.

O fluxo de urina fraco tem cura?

O prognóstico deste problema é extremamente variável. Se os problemas na micção forem ignorados durante muito tempo, a sintomatologia pode agravar e levar a complicações graves como a retenção urinária. Nestes casos, frequentemente já existem alguns danos irreparáveis da bexiga, e é possível que não se possa resolver completamente todos os sintomas.

No entanto, quando detetado e tratado atempadamente, o fluxo fraco de urina pode ter tratamento eficaz, dependendo obviamente da causa subjacente.

Por isso, é extremamente aconselhável procurar aconselhamento médico, assim que notar alterações no fluxo urinário, de modo a evitar o surgimento de alterações irreversíveis da bexiga, a perda total da capacidade de urinar (retenção urinária), e problemas de saúde que podem estar associados.

Saiba, aqui, tudo sobre retenção urinária.

Tratamento do fluxo de urina fraco

O plano de tratamento recomendado pelo médico urologista dependerá obviamente da causa subjacente que esteja a provocar as alterações no fluxo da urina.

Alguns tratamentos padrão incluem:

  • Alguns medicamentos, como alfa-bloqueantes para “relaxar” o trato urinário, inibidores do crescimento da próstata, anti-inflamatórios, antibióticos no caso de infeções bacterianas, entre muitos outros;
  • Tratamentos cirúrgicos (cirurgia / operação), como à próstata ou à uretra;
  • Auto-algaliação intermitente;
  • Fisioterapia.

Contudo, se a situação se apresentar num estádio avançado, em que o doente está incapaz ou praticamente incapaz de esvaziar adequadamente a bexiga, o tratamento numa fase aguda será a algaliação / cateterização vesical, por forma a drenar adequadamente a urina até que um plano de diagnóstico e tratamento definitivo seja delineado.

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