Xeroftalmia

xeroftalmia significado

O que é xeroftalmia?

A xeroftalmia ou queratomalacia é uma doença que é caracterizada pela deficiente qualidade ou quantidade de produção de lágrimas. Como consequência, a córnea não é lubrificada corretamente, ficando seca (olho seco).

A xeroftalmia também é conhecida como olho seco, queratomalacia, queratite xerótica ou ceratoconjuntivite seca.

As lágrimas têm uma composição bioquímica constituída por uma mistura complexa de proteínas e outros componentes que são fundamentais para a saúde e conforto dos olhos. As lágrimas têm a função de fornecer nutrientes e de humedecer as células da córnea (a estrutura transparente na parte anterior do olho), lubrificando e protegendo das infeções a superfície exposta do olho.

A xeroftalmia é uma doença ocular na qual ocorre a degeneração da conjuntiva e da córnea, que fica com um aspeto seco, enrugado e atrofiado. A córnea fica opaca e as glândulas lacrimais obstruídas, o que impede a secreção lacrimal que tem como função a lubrificação do globo ocular.

A progressão da xeroftalmia pode conduzir a doenças mais graves como é o caso da falcotomia e da ceratomalacia (a córnea fica muito seca e é perfurada pelo aparecimento de úlceras).

Diagnóstico de xeroftalmia

O diagnóstico de xeroftalmia é efetuado através da utilização do teste de Schirmer. Este teste permite avaliar a quantidade e a qualidade de lágrimas produzidas.

O diagnóstico de xeroftalmia é realizado, maioritariamente, em crianças, idosos e pessoas subnutridas e em regiões de subdesenvolvimento.

Clínica de Oftalmologia

Causas de xeroftalmia

As causas da xeroftalmia podem estar relacionadas com aspetos ambientais, nomeadamente, uma prolongada exposição ao ar condicionado, ao fumo de tabaco, clima seco, poluição e contaminação ambiental.

O mau uso ou uso continuado de lentes de contato, assim como o excesso de uso de cosméticos, maquilhagem nos olhos podem também ser apontadas como causas da xeroftalmia, pois alteram o funcionamento das glândulas lacrimais.

A idade também é apontada como causa de xeroftalmia, na medida em que com o avançar da idade o nosso organismo vai diminuindo a produção de lágrimas, o que provoca a secura da córnea.

Apesar de ser menos frequente, a administração diária de certos medicamentos, especificamente, descongestionantes, anti-histamínicos, tranquilizantes, antidepressivos, anticoncecionais, diuréticos, anestésicos e fármacos usados na hipertensão arterial, podem ser as causas de surgimento da xeroftalmia.

O uso prolongado do computador e outros dispositivos eletrónicos podem também estar relacionados com o olho seco e vista cansada.

Saiba, aqui, tudo sobre as causas do olho seco.

Sintomas de xeroftalmia

Na xeroftalmia verificam-se os seguintes sinais e sintomas: desconforto ocular, que pode ser descrito como secura, ardor, sensação de areia ou prurido; vista cansada, comichão ocular, sensibilidade à luz (fotofobia) ou visão turva. A superfície da córnea fica seca e podem surgir úlceras de córnea e infeções bacterianas, as glândulas lacrimais e a conjuntiva ficam afetadas provocando uma disfunção no sistema lacrimal, afetando assim a normal produção de lágrimas.

Um sintoma muito recorrente da xeroftalmia é a dificuldade de visão noturna (hemeralopia), a chamada cegueira noturna, ou seja, o doente não apresenta uma boa adaptação visual em ambientes pouco iluminados.

O aparecimento de manchas brancas acinzentadas - manchas de Bitot, manchas ovais, triangulares ou de formato irregular com concentração de queratina localizadas superficialmente na conjuntiva, é também um dos sinais mais recorrentes desta patologia.

Pode ainda verificar-se perda de brilho ocular e um aspeto granular. Raramente ou em casos de extrema gravidade pode ocorrer a ulceração da córnea que pode progredir e originar a necrose e destruição do globo ocular, provocando cegueira irreversível (ceratomalacia).

A xeroftalmia pode ser um sintoma de outro distúrbio ocular, nomeadamente, inflamação das pálpebras e a ceratite, de doenças como o hipotiroidismo e doenças autoimunes, como por exemplo, a artrite reumatóide, o lúpus eritematoso sistêmico, a sarcoidose e a síndrome de Sjögren.

Xeroftalmia tem cura?

A xeroftalmia é uma doença ocular que tem cura desde que seja diagnosticada e tratada de forma correta e atempada. A sua recuperação é mais eficaz quando o diagnóstico é realizado precocemente.

Tratamento de xeroftalmia

O tratamento da xeroftalmia deve passar primeiramente por corrigir a falta de vitamina A, promovendo uma dieta rica em vitamina A e através da administração de suplementos vitamínicos. No caso dos suplementos é crucial ter em consideração o peso do paciente, na medida em que as quantidades elevadas de vitamina A também podem ser tóxicas.

No tratamento da xeroftalmia, o médico oftalmologista pode prescrever gotas ou pomadas de antibióticos para tratar as infeções oculares, caso elas existam. A administração de lágrimas artificiais pode, igualmente, ser eficaz no tratamento da xeroftalmia.

Em casos mais graves pode ser necessário o uso de medicamentos anti-inflamatórios e imunossupressores tópicos.

No caso da síndrome do olho seco, em que existe uma incorreta drenagem das lágrimas, podemos recorrer à cirurgia (ou operação) de modo a ocluir a via lacrimal.

Saiba, aqui, tudo sobre o tratamento do olho seco.

Xeroftalmia como prevenir?

A prevenção da xeroftalmia passa necessariamente pela proteção dos olhos contra os agressores externos, como o vento, a poeira, o fumo, etc..

Deve, assim, evitar-se a exposição ao ar condicionado, aquecedores e ambientes com fumo.

Os utilizadores de lentes de contacto devem evitar o uso continuado e proceder a uma correta higienização das lentes. Podem também ser usadas lágrimas artificiais para se proceder à lubrificação dos olhos.

O doente nunca se deve automedicar, na medida em que alguns medicamentos podem interferir com bom funcionamento do sistema lacrimal.

A alimentação deve também ser um aspeto valorizado na prevenção da xeroftalmia. Devemos fazer uma alimentação saudável e equilibrada, sendo importante incluir na dieta alimentos ricos em vitamina A, como por exemplo, cenoura, abóbora, pimento vermelho e amarelo, pêssegos, manga, brócolos, espinafre, escarola, salsa, leite, entre outros.

Saiba, aqui, tudo sobre a prevenção do olho seco.

Clínica de Oftalmologia