Sarampo

Fotos de sarampo

O que é o sarampo?

O sarampo é uma doença vírica ou viral (provocada por um vírus), altamente contagiosa, habitualmente benigna, mas que pode provocar complicações graves.

O vírus causador do sarampo é de fácil propagação pois está contido nos milhões de pequenas gotículas que saem do nariz e da boca quando uma pessoa infetada tosse ou espirra. Contudo, é uma infeção possível de prevenir e é habitualmente tratada como uma doença benigna, embora exista a possibilidade de surgirem casos de maior gravidade e, em circunstâncias extremas, levar à morte. Veja mais informação em tratamento e prevenção do sarampo.

Sinais e sintomas no sarampo

O sarampo tem um período de incubação habitual de 8 a 12 dias após a exposição ao vírus, só depois aparecendo os sintomas da doença.

O sinal mais comum do sarampo é um exantema (manchas vermelhas na pele), que normalmente começa na cabeça e se vai espalhando lentamente para outras partes do corpo (veja imagens superiores).

É considerado o sinal mais evidente, mas existem outros sintomas igualmente característicos, como:

  • Febre;
  • Coriza (congestão e corrimento nasal – “constipação”);
  • Tosse seca;
  • Conjuntivite, com olhos vermelhos e lacrimejantes;
  • Dor de garganta;
  • Manchas brancas no interior da boca (manchas de Koplik);

Os primeiros sintomas a aparecer, são a febre, mal-estar e perda de apetite, evoluindo para coriza, conjuntivite e tosse. A febre é progressivamente mais elevada até ao 5º dia de doença, desaparecendo 2 a 3 dias depois do exantema.

A tosse no sarampo é persistente, sendo dos últimos sintomas a desaparecer.

O sarampo pode ter complicações benignas como otite média aguda, laringotraqueobronquite ou diarreia (mais comum em crianças).

Existem casos mais severos da doença, em que os sintomas levam a complicações graves, tais como, pneumonia ou encefalite (inflamação do cérebro).

Saiba, aqui, tudo sobre pneumonia.

A Panencefalite Esclerosante Subaguda é uma complicação tardia do sarampo, com envolvimento do cérbero, com evolução grave e de prognóstico muito reservado. Aparece anos após o sarampo, resultando de reativação do vírus nas células cerebrais provocando a sua lesão definitiva. Caracteriza-se por perda progressiva de funções cerebrais.

Causas do sarampo

O sarampo é causado por um vírus RNA da família paramixovírus, que infeta as células humanas.

O vírus do sarampo infeta o sistema respiratório primeiro (nariz, garganta, etc.), acabando eventualmente por se disseminar para outras partes do corpo através da corrente sanguínea, tornando-se uma doença generalizada.

As gotículas infetadas contidas nas secreções libertadas por pessoas com o vírus, não só contagiam através do contacto direto ou inalação, mas também podem hospedar-se numa superfície, onde permanecem ativas com capacidade de contágio durante várias horas. Quando em contacto com uma superfície infetada, o vírus pode ser contraído esfregando os olhos ou colocando os dedos na boca ou nariz.

Clínica de Pediatria

O sarampo é contagioso?

Sim, o sarampo é uma doença muito contagiosa. O vírus pode ser transmitido, isto é, a doença “pega-se” de pessoa para pessoa através de gotículas que saem do nariz e da boca quando alguém infetado tosse ou espirra.

Essas gotículas com o vírus também podem cair em superfícies (mesas, puxadores de portas, telemóveis, etc). Alguém que toque nessas superfícies com as mãos pode posteriormente levar o vírus até à sua boca ou nariz, contraindo a infeção.

Os doentes com sarampo, são considerados contagiosos desde os 3 a 5 dias antes do aparecimento dos sintomas até 4 dias após o aparecimento do exantema.

É importante que em caso de suspeita de alguém infetado, seja mantida a distância social, usar máscara protetora, bem como adotar medidas de higienização das mãos (lavar frequentemente as mãos ou usar gel desinfetante).

Diagnóstico do sarampo

O diagnóstico de sarampo é feito pela observação médica em consulta. Raramente são necessárias análises.

Sendo um vírus de fácil propagação, todos os casos suspeitos devem ser notificados imediatamente aos departamentos de saúde da área, por essa razão, se suspeitar que tem sarampo ou esteve em contacto com alguém infetado, contacte o seu médico imediatamente. O sarampo é uma doença de Declaração Obrigatória em Portugal.

Numa primeira fase, o médico pode tentar verificar a existência de manchas de Koplik (manchas brancas no interior da boca) ou exantema (manchas vermelhas na pele), seguindo com a avaliação de outros sintomas característicos da doença como, tosse, febre, coriza (congestão nasal) ou outros (veja mais informação em “Sinais e Sintomas”). Após a avaliação, o seu médico pode pedir um teste serológico se suspeitar da presença do vírus, havendo maior sensibilidade após as primeiras 72 h de doença.

O sarampo tem cura?

Não existe nenhum tratamento antiviral específico para este vírus. Não existe nenhum medicamento para a cura do sarampo.

Neste tipo de infeção, a vacinação é o fator mais importante. Contudo, podem ser tomadas diversas ações terapêuticas (veja tratamento do sarampo).

Geralmente, os indivíduos infetados recuperam dentro de 8 a 14 dias e desenvolvem imunidade de longa duração contra o vírus.

Saiba, de seguida, como tratar o sarampo.

Tratamento do sarampo

Não existe medicação específica para o tratamento do sarampo. O propósito do tratamento passa por aliviar os sintomas até que estes desapareçam e/ou resolver as complicações, caso elas existam. É recomendado:

  • Repouso;
  • Agentes antipiréticos como paracetamol;
  • Hidratação (beber muitos líquidos);
  • Suplementos de vitamina A;

São apenas prescritos antibióticos somente quando surgem complicações em que há infeções bacterianas como em alguns casos de pneumonia ou otite.

Saiba, aqui, tudo sobre pneumonia.

Saiba, aqui, tudo sobre otite.

Vacinação e prevenção no sarampo

A vacinação é considerada a principal medida de prevenção do sarampo. É altamente eficaz na prevenção da doença e no controlo da disseminação. É a melhor forma de evitar as complicações, incluindo as formas mais graves. A vacinação é também a melhor forma de evitar o desenvolvimento da Panencefalite Esclerosante Subaguda e do seu desfecho fatal.

A vacinação é segura, sendo a febre de curta duração o efeito secundário mais frequente.

Existem dois tipos:

  • VASPR (vacina contra sarampo, parotidite e rubéola);
  • VAS (vacina contra sarampo).

É recomendada a administração da vacina na infância, geralmente aos 12 meses, reforçada posteriormente aos 5 anos de idade. Devem ser seguidas as orientações do Médico Assistente.

Como a vacina foi apenas introduzida em 1973, é recomendada a sua administração a adultos nascidos após 1970 que não tenham historial da doença.

É também recomendada a pessoas que viajaram para áreas com surtos da doença e a todos os profissionais de saúde (duas doses devido ao risco acrescido de contágio).

Devido à sua importância, é uma vacina gratuita e está disponível para todas as pessoas a nível nacional, fazendo em Portugal parte do Programa Nacional de Vacinação.

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