Ptose palpebral

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O que é ptose palpebral?

A ptose palpebral ou “pálpebra caída” ocorre quando a pálpebra superior fica “descida” em relação ao normal, cobrindo de uma forma excessiva a córnea, podendo interferir com a capacidade de visão em alguns casos. Em outros casos, pode não existir interferência com a capacidade de visão, existindo no entanto uma preocupação com o aspeto estético.

A ptose palpebral unilateral, afetando apenas uma das pálpebras (esquerda ou direita), descrita, muitas vezes, como “uma pálpebra mais caída que a outra” é a situação mais frequente, podendo afetar pessoas de ambos os sexos e em qualquer idade. As “pálpebras caídas” nos dois olhos ou ptose palpebral bilateral, apesar de ser uma situação menos frequente também pode ocorrer.

Várias expressões são utilizadas pelos pacientes para descrever a ptose palpebral. Expressões, como “pálpebra caída” ou “pálpebra descaída”, “queda de pálpebra”, “pálpebras flácidas” ou “pálpebra descida” são, frequentemente, utilizadas.

A ptose pode ser pouco percetível (ptose palpebral leve), em alguns casos pode a ptose ser mais moderada e em algumas situações mais graves pode a pálpebra descer até ocluir a pupila. O grau de ptose é muito importante, pois como veremos mais tarde, para além de poder interferir com a visão, pode provocar danos irreversíveis (ambliopia).

A ptose da pálpebra pode ocorrer à nascença ou ao longo da vida. Para cada uma das situações podemos identificar diferentes origens para o problema e a intervenção (o que fazer) deve ser orientada de acordo com o tipo de ptose presente, como veremos de seguida.

Ptose palpebral congénita

A ptose palpebral congénita é o tipo de ptose da pálpebra que está presente ao nascimento (no bebé).

A ptose palpebral infantil pode provocar ambliopia nas crianças afetadas. Acresce que embora, aparentemente, possa parecer que a criança apenas possui uma “queda da pálpebra”, estas crianças podem também ter associadas outras anomalias do olho, pelo que é importante que a consulta com o médico oftalmologista seja efetuada com a maior brevidade possível.

Saiba, aqui, o que é ambliopia.

Ptose palpebral adquirida

A ptose palpebral adquirida é aquela que, como o próprio nome indica, é adquirida com a idade podendo ser desencadeada por vários fatores, mas onde o processo de envelhecimento é o mais predominante. Este tipo de ptose palpebral ocorre, habitualmente, no idoso, podendo contudo ocorrer em idades mais precoces (adultos e jovens adultos).

Causas da ptose palpebral

Na ptose palpebral, as causas podem diferir bastante conforme se trate de uma ptose no adulto ou na criança (ptose palpebral infantil).

Nos adultos, entre a causa mais frequente de ptose encontra-se a separação ou o alongamento do tendão do músculo que tem como função elevar a pálpebra (levantador da pálpebra). Este processo pode ocorrer em resultado do envelhecimento, como complicação pós operatória da catarata ou outra intervenção cirúrgica ocular ou, então, em consequência de uma lesão ou trauma ocular.

A ptose ou “pálpebra caída” no adulto também pode ocorrer como uma complicação de outra doença relacionada com os músculos ou com os nervos da pálpebra, tais como doenças neurológicas e doenças musculares e, em casos raros, tumores da cavidade orbitária.

Um causa de ptose no idoso frequente, é a paralisia dos nervos oculares, devida à diabetes ou hipertensão arterial.

Por vezes, a anatomia facial provoca dificuldades aos músculos que permitem elevar a pálpebra.

Em relação às causas de ptose palpebral congénita, sabe-se que estas estão, frequentemente, relacionadas com um deficiente desenvolvimento dos músculos que têm como função elevar a pálpebra.

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Sinais e sintomas na ptose palpebral

O sinal mais evidente é a queda da pálpebra. Dependendo da severidade do problema pode ocorrer dificuldade na visão. Por vezes, as pessoas inclinam a cabeça para trás para tentar ver melhor ou levantam as sobrancelhas várias vezes para tentar levantar simultaneamente as pálpebras.

O problema mais grave associado com a ptose palpebral na infância é a ambliopia ou olho preguiçoso. Isto pode ocorrer se a pálpebra “descai” o suficiente de modo a interferir com a capacidade de visão do olho afetado.

A ptose pode também levar a uma indefinição constante das imagens visuais, causando astigmatismo.

Saiba, aqui, o que é astigmatismo.

A ptose pode “esconder” um outro problema que é o estrabismo ou “olhos desalinhados”, podendo este problema também ser a causa para a ambliopia.

Saiba, aqui, o que é o estrabismo.

Diagnóstico na ptose palpebral

O diagnóstico de ptose palpebral deverá ser efetuado pelo médico oftalmologista que deverá examinar cuidadosamente as pálpebras, efetuando medições detalhadas da sua altura. Deve ser avaliada também a força dos músculos da pálpebra, entre outros fatores. O médico oftalmologista poderá recorrer a alguns exames de modo a auxiliar o diagnóstico.

Ptose palpebral tem cura?

A ptose palpebral tem cura. Saiba, de seguida, como tratar a ptose palpebral.

Tratamento da ptose palpebral

Na ptose palpebral, o tratamento depende de vários fatores, nomeadamente, a idade do doente, o movimento do olho, a altura da pálpebra, se uma ou ambas as pálpebras estão envolvidas, a força do músculo, etc.

A idade é um importante fator a considerar no tratamento. Na criança a ptose pode provocar danos irreversíveis na visão (ambliopia). No adulto pode haver interferência com a visão, mais ou menos grave, no entanto, para além dos problemas visuais, a correção da “pálpebra caída” pode e deve ser efetuada de modo a melhorar a aparência estética dos doentes, melhorando assim a sua autoestima.

Na infância, na maioria dos casos, o tratamento é cirúrgico. Se existe ambliopia, o tratamento com aplicação de oclusores, óculos ou colírios pode ser necessário.

Saiba, aqui, tudo sobre o tratamento da ambliopia.

Cirurgia na ptose palpebral

A cirurgia (ou operação) da ptose palpebral visa a correção cirúrgica da “pálpebra caída”, ou seja, é uma operação que permite levantar a pálpebra ou recoloca-la na sua posição normal, permitindo que o posicionamento da pálpebra não interfira com a capacidade de visão e simultaneamente melhore a aparência estética.

Noutros casos, uma pequena dobra no músculo levantador e a remoção do excesso de pele da pálpebra (blefaroplastia) é suficiente para resolver o problema.

A ptose palpebral infantil ligeira ou moderada geralmente não requer cirurgia no início da vida. As crianças devem ser examinadas, regularmente, por um médico oftalmologista para prevenir a ambliopia. Mesmo após a cirurgia, podem desenvolver-se problemas pois os olhos crescem e mudam de tamanho. A cirurgia de ptose palpebral congénita deve ser efetuada antes que ocorra ambliopia.

Como em qualquer cirurgia existem riscos associados à intervenção. As complicações que podem ocorrer durante ou posteriormente a cirurgia, são infeção, hemorragia, olho seco, entre outras. Estas complicações são raras e podem ser prevenidas com medidas adequadas. O risco de infeção, por exemplo, pode ser prevenido com a prescrição profilática de antibióticos. Muito raramente, o movimento da pálpebra pode ser perdido.

Na cirurgia de ptose palpebral, a recuperação é simples, podendo os doentes levar uma vida perfeitamente normal após a cirurgia, devendo seguir as recomendações do médico no pós-operatório, a saber: tomar os medicamentos prescritos (anti-inflamatórios, antibióticos, etc), ter cuidados com a exposição a poeiras ou produtos tóxicos. O tempo de recuperação total é de cerca de 2 a 3 semanas, podendo os doentes levar uma vida perfeitamente normal logo após a cirurgia, tendo naturalmente em atenção as recomendações atrás enunciadas.

Na ptose palpebral, a cirurgia pode variar de preço de acordo com o tipo de procedimento efetuado e o tipo de anestesia, podendo o valor também oscilar bastante caso o doente possua algum tipo de seguro de saúde e das condições a este associadas. Só o médico oftalmologista poderá determinar quanto custa a operação na pálpebra, mediante uma análise minuciosa na consulta.

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