Hemorragia na gravidez

Hemorragia na gravidez

Hemorragia vaginal na gravidez

A hemorragia vaginal (sangramento ou perda de sangue) na gravidez é uma queixa muito frequente por parte da grávida. Corresponde à saída de sangue pela vagina com origem genital e pode ser um pequeno sangramento que normalmente é escuro “tipo borra de café” ou mais abundante com sangue vermelho-vivo e que pode durar vários dias.

É importante nesta situação identificar a origem da hemorragia, avaliar a sua gravidade e repercussão sobre o estado geral da grávida e da evolução da gravidez.

Em caso de ocorrência de uma hemorragia durante a gravidez, a grávida deve sempre procurar o seu médico obstetra (especialista em obstetrícia) para ser investigada. A hemorragia na gravidez pode ser devida a diversas causas, conforme discutiremos adiante. A gravidade e nível de preocupação também pode ser bastante variável de acordo com as causas subjacentes.

O que é normal na gravidez?

Sobretudo no início da gravidez é normal uma pequena perda de sangue (semelhante à menstruação), que não tem significado clínico e corresponde à implantação do embrião na parede do útero.

Na gravidez o colo do útero fica mais friável e é também muito frequente haver perdas de sangue espontâneas e também durante e após a relação sexual. Normalmente, são perdas escassas e correspondem a um corrimento “tipo borra de café” e não têm repercussões para a gravidez.

Contudo, pode ocorrer hemorragia durante a gravidez causada por diversos problemas, que necessitam sempre de investigação por parte do médico, conforme discutiremos de seguida.

Causas da hemorragia na gravidez

As causas / motivos da hemorragia variam consoante as semanas de gestação. Assim, as causas mais frequentes são:

No primeiro trimestre (até às 12 semanas)

  • Ameaça de abortamento (normalmente o colo útero está fechado e a perda de sangue é pequena);
  • Trabalho de abortamento (colo do útero está aberto, existe dor pélvica (“dor de barriga”) forte e a hemorragia é mais abundante);
  • Gravidez ectópica (gravidez extra-uterina; pode se implantar na trompa, ovário, cavidade abdominal ou no colo útero); é sempre uma gravidez não evolutiva e pode pôr em risco a vida da grávida;
  • Mola hidatiforme (anomalia do trofoblasto)

No segundo e terceiro trimestre (das 12 semanas até ao parto)

  • Placenta baixamente inserida (placenta que se implanta perto do colo do útero (< 2cm); designa-se de placenta prévia apenas no 3º trimestre pois muitas placentas baixas no 2º trimestre modificam-se à medida que a gravidez prossegue;
  • Vasa prévia (vaso placentar que passa sobre o colo útero); complicação rara, mas potencialmente catastrófica devido ao risco de rotura e subsequente exsanguinação;
  • Início do trabalho de parto (consequência do apagamento e dilatação do colo do útero e é resultante da laceração de pequenos vasos).
Clínica de Ginecologia

Quando procurar o médico?

Deve-se sempre procurar o médico quando a hemorragia na gravidez é moderada a grave (grandes perdas de sangue) e, sobretudo, se acompanhada de dor abdominal (dor de barriga).

Como diagnosticar?

A história clínica é importante para esclarecer com clareza a duração e as características da perda, as circunstâncias do seu aparecimento e a presença de sintomas acompanhantes, nomeadamente dores pélvicas. Deve ser sempre pesquisado se há queixas urinárias (infeção urinária) ou queixas anais, pois a origem do sangue pode não ser de origem genital.

Saiba, aqui, o que é infeção urinária.

O exame ginecológico efetuado pelo médico, especialista em ginecologia / obstetrícia ajuda na identificação da origem da hemorragia.

A ecografia ou ultrassonografia transvaginal constitui o instrumento decisivo para a orientação diagnóstica e terapêutica a seguir.

Saiba, aqui, o que é ecografia transvaginal.

Como tratar a hemorragia?

Os tratamentos diferem mediante a causa da hemorragia. Ou seja, apenas após o diagnóstico, por parte do médico, é que pode ser iniciado tratamento. A abordagem de cada grávida deve ser individualizada, de modo a detetar a causa da hemorragia e orientar de acordo o diagnóstico.

A mulher grávida nunca se deve automedicar (usar por sua iniciativa medicamentos ou remédios) ou tentar qualquer tipo de tratamento caseiro ou natural sob pena de poder agravar o seu estado de saúde e do seu bebé.

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