Litotrícia

Fotos, imagens de litotrícia

O que é litotrícia?

A litotrícia representa o ato de fragmentar (“partir”) um cálculo (“pedra”) que esteja presente no trato urinário (rim, ureter, bexiga ou uretra). Após a fragmentação o cálculo é expelido para o exterior através da urina. Veja mais informação em “indicações da litotrícia”.

Tipos de litotrícia

Existem diversos tipos de litotrícia, ou seja, existem diversas formas de fragmentar os cálculos urinários.

Podemos dividir a litotrícia em dois grandes grupos:

1. Litotrícia extracorporal (LEOC)

Técnica que consiste na aplicação de ondas de choque, externamente ao corpo - litotrícia extracorporal por ondas de choque (LEOC). Estas ondas são produzidas por um aparelho chamado litotritor e podem ser de diferentes tipos, consoante o método de produção (eletromagnéticos, electro-hidráulicos, piezo-elétricos, etc.). Esta técnica é menos invasiva e realizada em ambulatório, sendo que cada sessão demora aproximadamente 1 hora.

Poderão ser necessárias várias sessões até que seja possível a fragmentação completa dos cálculos, dependendo do tamanho, localização, consistência do cálculo e distância que a onda de choque terá de percorrer até atingir a pedra (menos sucesso em doentes muito obesos). As ondas de choque são dirigidas à pedra mediante orientação fornecida por Rx e/ou por Ecografia.

Saiba, aqui, o que é litotrícia extracorporal.

2. Litotrícia intracorporal

Técnica que consiste na fragmentação do cálculo através do interior do corpo, sob visão do cálculo. Existem diferentes instrumentos para “destruir” o cálculo dependendo do local, dos meios disponíveis no Hospital e do tamanho deste.

Os mais comuns são os lasers, os litotritores ultrassónicos e os balísticos. Normalmente requer internamento hospitalar, sendo realizado no bloco operatório sob anestesia. O internamento pode variar entre um e vários dias, dependendo da técnica usada e das complicações pós-operatórias que possam surgir.

Saiba, aqui, o que é litotrícia intracorporal.

Indicações da litotrícia

A fragmentação dos cálculos está indicada nos casos em que estes sejam volumosos (superiores a 1/1,5 cm), que cresçam progressivamente, em determinadas profissões de risco (ex. pilotos, condutores de longa distância), se não houver condições para vigilância ou se surgirem complicações relacionadas com estes como a obstrução do trato urinário, infeções urinarias de repetição, sangue na urina ou dor crónica.

Para auxiliar o médico no diagnóstico destes cálculos os exames mais comumente realizados são: Tomografia computorizada (TC ou TAC) do trato urinário, a Ecografia, o RX ou a Uretrocistoscopia (exame que serve para observar o interior da uretra e da bexiga).

Saiba, aqui, tudo sobre cálculos renais.

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Como é realizada a litotrícia?

Como vimos anteriormente, podemos agrupar a litotrícia em intracorpórea ou intracorporal (dentro do corpo) e extracorpórea ou extracorporal (fora do corpo). Apesar de seguirem o mesmo princípio de funcionamento, estas duas técnicas podem ser descritas sumariamente da seguinte forma:

1. Litotrícia extracorporal (LEOC)

A litotrícia extracorporal é realizada através de um aparelho chamado litotritor para gerar ondas de choque. Estas ondas de choque são aplicadas externamente (fora do corpo) e  dirigem-se até ao cálculo (pedra) e vão proporcionar a sua fragmentação (parti-lo). O cálculo divide-se assim em diversos pedaços mais pequenos, sendo mais facilmente expelidos e eliminados na urina.

A litotrícia extracorporal, por norma, não requer anestesia e é realizada em ambulatório (sem internamento). Possui uma duração entre 30 minutos a 1 hora.

Em alguns doentes pode ser necessário administrar medicação (analgesia oral ou endovenosa) para que o procedimento seja mais tolerável.

A litotrícia extracorporal pode ser realizada em crianças, no entanto, pode haver necessidade de sedar a criança (fica a dormir) para evitar os movimentos durante o procedimento.

Saiba, aqui, tudo sobre litotrícia extracorporal.

2. Litotricia intracorporal

Na realização da litotrícia intracorpórea (ou intracorporal) é usado um litotritor para gerar as ondas de choque, no entanto, este é introduzido no organismo de forma a alcançar o cálculo.

Esta técnica requer que o cálculo (pedra) seja localizado por meios endoscópicos. Para explorar o trato urinário através do interior existem diversos instrumentos como os cistoscópios, os ureterorenoscopios e os nefroscopios, adequados para explorar as diferentes partes do trato urinário.

Este tipo de investigação pode ser mais trabalhosa nos homens dado que a uretra no sexo masculino é mais comprida e a existência de próstata pode dificultar os movimentos na exploração do trato urinário. A uretra das mulheres, dado ser mais pequena e não estar limitada pela existência de próstata torna o procedimento geralmente mais fácil.

Após a identificação do cálculo sob visão, é introduzido um litotritor, que irá, mediante diferentes tipos de energia consoante o equipamento utilizado, fragmentar (partir) o cálculo.

Nestas técnicas intracorpóreas existe a vantagem de os fragmentos de maior dimensão poderem ser removidos imediatamente durante a cirurgia, diminuindo francamente o risco de desenvolver cólica renal posteriormente.

Saiba, aqui, tudo sobre litotrícia intracorporal.

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