Queda de cabelo

Imagens de queda de cabelo

O que é a queda de cabelo?

A queda de cabelo é um problema que afeta ambos os sexos e que se desenvolve gradualmente ao longo dos anos, todavia existem situações em que ocorre de forma abrupta. Ainda que possa afetar também crianças e jovens, a queda de cabelo é muito mais frequente nos adultos.

Os cabelos possuem um determinado ciclo de vida (nascem e morrem ou caem naturalmente). Ou seja, novos cabelos nascem para repor os cabelos que caem após um determinado período de tempo. Perder entre 50 a 100 cabelos por dia é uma situação perfeitamente normal e não percetível, contudo, existem situações onde a queda de cabelo é excessiva e onde o cabelo novo não consegue substituir o cabelo perdido.

A queda de cabelo é um problema que não afeta apenas o couro cabeludo, mas também o resto do corpo e pode ser temporário ou permanente. É impossível contabilizar a quantidade de cabelo perdido por dia, contudo, se notar uma grande quantidade de cabelo perdido ao lavar ou pentear o cabelo, deve procurar o seu médico dermatologista antes que o problema se agrave.

Existem inúmeros agentes causadores da queda de cabelo, sendo necessário determinar corretamente a etiologia deste problema para posteriormente instituir o tratamento adequado, que abordaremos no final deste artigo.

Causas da queda de cabelo

A queda de cabelo pode ocorrer de forma mais acentuada durante os meses de outono. Uma das causas que leva a desta queda sazonal poderá ser a exposição solar sofrida no verão que enfraquece os folículos pilosos (estruturas onde nascem os cabelos).

A queda de cabelo pode ser considerada normal se for causada pelo processo de envelhecimento natural de cada pessoa. À medida que envelhecemos, o ciclo de regeneração do cabelo vai-se deteriorando, traduzindo-se em perda e enfraquecimento do cabelo com o passar dos anos.

Existem inúmeras outras causas que podem provocar a perda excessiva de cabelo, o que dificulta o processo de diagnóstico, a saber:

  • Interrupção do ciclo do crescimento do cabelo;
  • Stress elevado, ansiedade;
  • Eventos traumáticos (como a morte de um parente próximo);
  • Doença da tiróide, mais especificamente em casos com alterações nas hormonas T3, T4 ou TSH (ex.: hipertireoidismo ou hipotireoidismo);
  • Alopecia areata (doença autoimune);
  • Infeções no couro cabeludo (fúngicas (micoses ou tinhas) ou bacterianas (foliculites);
  • Doenças que causam cicatrizes (ex.: líquen plano pilar ou alguns tipos de lúpus);
  • Medicamentos ou “remédios” – alguma medicação usada no cancro (quimioterapia), fármacos para a hipertensão (tensão arterial alta), artrite, depressão, problemas cardíacos, etc.;
  • Choques físicos (como perda de peso extrema ou febre alta);
  • Tricotilomania – distúrbio psicológico que leva uma pessoa a puxar e arrancar o próprio cabelo;
  • Má alimentação, como uma dieta sem proteínas, vitaminas, ferro ou outros nutrientes que afetam o crescimento de cabelo novo;
  • Outras.

Causas específicas no sexo masculino

A queda de cabelo no homem é frequentemente chamada de calvície masculina, cuja causa mais frequente é a genética, isto é, existência de antecedentes familiares com a mesma patologia. Esta calvície hereditária também pode estar associada a um caso de alopecia androgenética, onde a hormona testosterona passa a dihidrotestosterona e provoca a queda do cabelo através da miniaturização dos folículos pilosos.

Saiba, aqui, tudo sobre alopécia.

Causas específicas no sexo feminino

A calvície feminina é geralmente provocada por fortes desequilíbrios hormonais e períodos de stress que ocorrem durante a gravidez e parto, na menopausa, ou até mesmo na interrupção da contraceção hormonal (pílula).

Outra causa típica da queda de cabelo na mulher pode ser o uso frequente de penteados que provocam constantemente pressão nos folículos pilosos (ex.: cabelo preso com muita força, chamada de alopécia de tração).

Consequências da queda do cabelo

Como vimos, a maioria das vezes, a queda de cabelo pode ser uma condição devida ao envelhecimento ou questões que não implicam graves problemas para a saúde, exceto questões estéticas. No entanto, a queda de cabelo pode ser um problema associado a diversas patologias (doenças), variando muito a sua gravidade e prognóstico, devendo por isso existir sempre um diagnóstico efetuado pelo médico dermatologista.

A calvície masculina é muito comum, e o impacto emocional é geralmente melhor tolerado, o que leva muitos homens a não procurarem tratamento para a queda do cabelo, numa fase inicial. Com o avançar do problema, podem surgir consequências nefastas ao nível da auto-estima.

Por outro lado, a calvície feminina pode provocar consequências graves, especialmente a nível psicológico, levando a problemas de ansiedade e depressão devido à baixa autoestima provocada pela perda de cabelo.

Saiba, aqui, tudo sobre depressão.

Diagnóstico da queda de cabelo

O médico dermatologista (especialista em dermatologia) consegue determinar a causa da queda do cabelo através da história clínica, do exame físico e recorrendo a alguns exames complementares de diagnóstico. O médico recolhe sempre a lista dos medicamentos que o doente toma habitualmente e que podem ter a queda de cabelo como efeito secundário.

Em alguns casos pode ser realizada uma biópsia. Neste procedimento é removida uma pequena amostra de pele do couro cabeludo para posteriormente ser analisada em laboratório.

Podem ser prescritas análises ao sangue, na suspeita de patologias (lúpus, doenças da tiróide, etc.) que possam estar a provocar a queda de cabelo, entre outros meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT).

É importante procurar um médico dermatologista nas fases iniciais da queda do cabelo. É, efetivamente, recomendável a marcação de uma consulta logo que detete perda excessiva de cabelo para um melhor prognóstico.

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A queda de cabelo tem cura?

Como vimos anteriormente existem diversas causas associadas à queda de cabelo, sendo por isso o prognóstico de cada uma das doenças muito variável.

Após o diagnóstico pelo médico dermatologista é possível, em muitos casos, tratar o agente causador da queda de cabelo e combater eficazmente a queda de cabelo. Contudo, a eficácia dos tratamentos é muito variável, dependendo das causas subjacentes e a variabilidade de resposta aos tratamentos de pessoa para pessoa.

Saiba, de seguida, como tratar a queda de cabelo.

Tratamento para a queda de cabelo

Após um diagnóstico rigoroso e definitivo, o médico dermatologista poderá recomendar algum tipo de tratamento para fazer parar ou combater a perda de cabelo, dependendo das causas subjacentes.

É importante efetuar alterações que conduzam a um estilo de vida mais saudável, através de uma alimentação rica e equilibrada e de combate ao sedentarismo. Em casos de stress elevado, uma correta gestão do stress é fundamental para permitir resolver o problema da queda de cabelo, bem como melhorar substancialmente a qualidade de vida do doente.

Saiba, aqui, tudo sobre gestão do stress.

Poderão também ser prescritos champôs com agentes antifúngicos como sulfeto de selénio ou cetoconazol, disponíveis em farmácias. Estes champôs devem ser utilizados apenas nos casos em que se verifiquem alterações no couro cabeludo que evidenciem a presença de fungos ou outros agentes patogénicos.

O Minoxidil é o fármaco (remédio) mais utilizado no tratamento de calvície, seja masculina ou feminina, embora seja também prescrita a utilização de finasterida. Outro fármaco frequentemente prescrito na calvície feminina é a espironolatona. Estes fármacos permitem impedir o processo de miniaturização característico da alopécia androgenética.

Se a causa para a perda de cabelo for devida a alguma medicação, má alimentação (ex: deficiência de vitaminas) ou pressão constante dos folículos pilosos através de penteados, a intervenção passa por regularizar estes aspetos para controlar a queda no futuro, e serão dadas instruções sobre o que fazer em casa. As medidas podem passar pela alteração da medicação crónica, efetivar mudanças na alimentação, através da introdução de uma dieta rica e equilibrada, bem como da adoção de um estilo de vida saudável que inclua a prática regular de exercício físico. Em alguns casos o médico pode recomendar a suplementação vitamínica (comprimidos, ampolas, etc.) de modo a corrigir as deficiências existentes.

Em casos de doenças autoimunes como a alopécia, existe uma variedade de tratamentos disponíveis na recuperação da queda do cabelo, entre eles: a injeção ou creme de corticosteróides ou imunoterapia química aplicada nas zonas sem cabelo.

Saiba, aqui, tudo sobre alopécia.

É extremamente desaconselhável a utilização de tratamentos (remédios) caseiros ou “naturais”, muitas vezes descritos em alguns blogs na Internet sob pena de agravamento do problema. Como a queda de cabelo pode estar relacionada com diversas patologias, o uso destas estratégias pode incentivar o agente causador, agravando na perda de cabelo. Acresce que, o atraso no diagnóstico de algumas patologias pode alterar o prognóstico da doença.

Transplantes e Implantes capilares

Quando os tratamentos médicos atrás descritos falham, podemos recorrer a tratamentos cirúrgicos (cirurgia ou operação).

A renovação do cabelo após os tratamentos médicos é sempre muito imprevisível o que leva à elevada procura de transplantes ou implantes capilares como solução para a queda de cabelo, após falhas na eficácia desses mesmos tratamentos.

A escolha de um destes procedimentos terá que ser discutida com o médico dermatologista, pois apenas doentes que reúnam as condições favoráveis, e que permitam resultados duradouros, poderão submeter-se a estes procedimentos cirúrgicos.

É também importante não confundir as duas intervenções:

  • Um transplante capilar consiste na remoção de cabelo do próprio doente, numa zona do seu corpo com mais pilosidade, que é implantado posteriormente no couro cabeludo ou local deficitário. Através deste processo, o crescimento de cabelo após a intervenção, é possível;
  • Um implante capilar usa cabelos, geralmente semi-sintéticos (artificiais), implantados no local deficitário, sem possibilidade de crescimento. É um processo considerado mais arriscado devido à maior probabilidade de rejeição dos cabelos artificiais no couro cabeludo, podendo causar infeções graves.

Assim, os transplantes capilares são o tratamento de eleição na atualidade nos casos em que os tratamentos médicos não conseguem reverter a queda de cabelo.

O transplante capilar é uma cirurgia (operação) minimamente invasiva que visa a implantação de folículos pilosos (estruturas localizadas na pele e de onde nascem os cabelos ou pelos) nas regiões onde não existe cabelo ou onde existe uma menor densidade (vertex do couro cabeludo). Os folículos são colhidos das áreas onde existe cabelo, habitualmente da região da nuca e das partes laterais do couro cabeludo para posteriormente serem transplantados.

Existem duas técnicas que diferem na quantidade e forma como é recolhida a amostra de cabelo utilizada durante a implantação, a saber:

  1. FUT (Follicular Unit Transplantation);
  2. FUE (Follicular Unit Extraction).

Geralmente, quando os folículos são transferidos por transplante capilar, o cabelo volta a crescer na região recetora dos mesmos. As técnicas modernas têm permitido melhorar bastante a eficácia e resultados do transplante capilar.

Saiba, aqui, tudo sobre transplante capilar.

Camuflagem cosmética

Como mencionado anteriormente, nem todos os doentes são ilegíveis para cirurgias como transplantes ou implantes capilares, sendo então importante tratar os que não têm essa possibilidade.

A eficácia dos tratamentos contra a queda do cabelo é extremamente variável e é importante lidar com o desequilíbrio emocional durante e após os tratamentos, em caso da falha dos mesmos.

A camuflagem cosmética pode ser uma mais valia neste tipo de situações. O uso de perucas (cada vez mais frequente), lenços ou chapéus permitem um aumento da autoestima dos pacientes em questão, ajudando assim no impacto emocional e psicológico provocado pela perda de cabelo. Outra técnica de camuflagem mais definitiva consiste na micropigmentação capilar, sendo que este processo necessita de uma avaliação prévia pelo seu dermatologista.

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