Saúde Mental e Sexualidade

Saude mental e sexualidade

Relação entre a Saúde Mental e a Sexualidade

A saúde mental e a sexualidade estão mais ligadas do que muitas vezes pensamos. Quando nos sentimos bem psicologicamente, é mais fácil ter desejo, prazer e intimidade. Por outro lado, quando surgem dificuldades emocionais, como ansiedade ou depressão, a vida sexual pode ser uma das primeiras áreas a sofrer impacto sobre o estado mental em que nos encontramos.

Ansiedade e a vida sexual

A ansiedade (que é uma resposta natural do organismo a situações de perigo, incerteza ou stress, caracterizada por uma sensação de apreensão, nervosismo ou medo) coloca o nosso corpo em estado de alerta constante. Isso pode dificultar o relaxamento e atrapalhar momentos de intimidade. É bastante comum aparecer o chamado “medo de falhar”, que aumenta ainda mais a pressão durante o ato sexual. Muitas pessoas ficam tão preocupadas com o desempenho que não conseguem aproveitar o prazer.

Estudos sugerem que cerca de 1 em cada 3 homens com disfunção erétil apresentam também sintomas de ansiedade relacionados ao desempenho. Nas mulheres, a ansiedade está associada a maiores taxas de dificuldade em alcançar o orgasmo e em sentir desejo sexual.

Depressão e Vida Sexual

A depressão (é uma perturbação afetiva caracterizada por: tristeza, compromisso da motivação, ansiedade, fadiga, alterações do sono, irritabilidade fácil, dificuldades intelectuais, bem como diminuição do campo de interesses, nomeadamente pela família, pelo trabalho e pelo envolvimento social) costuma reduzir a energia e o interesse por atividades que antes eram prazerosas — e o sexo não é exceção. Além da falta de vontade, alguns medicamentos usados no tratamento da depressão também podem diminuir o desejo ou causar alterações no orgasmo.

Estima-se que entre 50% e 70% das pessoas com depressão apresentem algum tipo de disfunção sexual. Ou seja, não se trata de algo raro: é uma consequência frequente e que merece atenção.

Como Lidar com Estes Desafios

A boa notícia é que existem estratégias eficazes para enfrentar estes problemas:

  1. Conversar abertamente – Partilhar sentimentos e preocupações com o(a) parceiro(a) ajuda a reduzir a pressão e fortalece a relação.
  2. Procurar apoio profissional – Psicólogos, psiquiatras e sexólogos podem ajudar a compreender o problema e a encontrar soluções, seja através de terapia ou ajustes de medicação.
  3. Cuidar do corpo e da mente – Praticar exercício físico, dormir bem e adotar técnicas de relaxamento (como respiração, yoga ou meditação) melhora o bem-estar geral e a vida sexual.
  4. Explorar novas formas de intimidade – Carícias, beijos prolongados, massagens e momentos de afeto ajudam a redescobrir o prazer sem pressão para o desempenho.
  5. Valorizar o autocuidado – Alimentação equilibrada, atividades que dão prazer e momentos de descanso são fundamentais para recuperar energia e desejo.

Conclusão

A saúde mental e a sexualidade caminham lado a lado. Ansiedade e depressão podem afetar o desejo e a intimidade, mas isso não significa que seja um problema sem solução. Reconhecer que estas dificuldades são comuns e procurar ajuda é o primeiro passo. Com apoio adequado, comunicação honesta e cuidados com o corpo e a mente, é possível retomar uma vida sexual satisfatória e saudável, que contribui para o bem-estar global.

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