Disfunções sexuais femininas

Disfunções Sexuais na mulher

Importância da vida sexual na mulher

A sexualidade é, efetivamente, um aspeto importante na vida de qualquer mulher e que não deve, como tal, ser descurado. O corpo da mulher possibilita a obtenção de momentos de excitação e de prazer, sendo que para viver a sua sexualidade de uma forma completa, ela deverá conhecer bem o seu corpo, ter liberdade para expressar os seus desejos de forma a usufruir de uma boa saúde sexual.

A mulher, ao longo da vida, sofre modificações no funcionamento do seu corpo, particularmente, causadas pelas alterações hormonais. É de fulcral importância identificar estas diferenças assim como os principais problemas que as originam.

Ao longo deste artigo iremos abordar as principais alterações fisiológicas, as patologias mais comuns e as formas de tratamento existentes para as diferentes disfunções sexuais femininas.

Podemos identificar duas importantes fases intimamente ligadas à vida sexual da mulher:

  1. A fase fértil – desde a primeira menstruação até à menopausa;
  2. A menopausa – quando se passam 12 meses desde a última menstruação.

Para melhor compreendermos as disfunções sexuais femininas, abordaremos primeiramente cada uma destas fases com maior detalhe:

1. Fase Fértil

Este período vai desde a primeira menstruação (que ocorre geralmente por volta dos 12-13 anos) até à menopausa (que pode suceder pelos 45 - 55 anos). É o período da sua vida em que a mulher se encontra fértil, do ponto de vista reprodutivo, sendo marcada pela presença do ciclo menstrual. Trata-se de um conjunto de alterações ao nível dos ovários e do útero que preparam o corpo da mulher para ser capaz de gerar um novo ser. A regulação deste ciclo aporta um substancial conjunto de alterações hormonais que influenciam o bem-estar físico e psicológico da mulher, assim como a sua saúde sexual.

Os estrogénios consistem num conjunto de hormonas basilares para a saúde da mulher, sendo responsáveis pelas características físicas do sexo feminino. Os estrogénios são produzidos nos ovários e fundamentais na regulação do ciclo menstrual, sendo que o seu nível oscila ao longo do ciclo, atingindo um pico no meio e o seu valor mais baixo durante a menstruação. Não obstante o seu importante papel na função reprodutiva, esta hormona sexual tem uma importância crucial em todo o organismo, sendo que os níveis baixos de estrogénios podem causar problemas como: menstruações mais curtas ou inexistentes, sensações súbitas de calor, alterações no sono, secura e diminuição do tónus da vagina, pele seca, diminuição da líbido, alterações de humor, entre muitas outras. Por seu turno, níveis excessivos de estrogénios podem também ser fonte de problemas, designadamente, ganho de peso, aumento ou diminuição do sangramento na menstruação, aumento dos sintomas da tensão pré-menstrual (TPM), fadiga, falta de líbido, ansiedade, depressão, entre outros.

A progesterona é outra hormona detentora de enorme importância na reprodução e na regulação do ciclo menstrual, sendo responsável pelo desenvolvimento e manutenção do endométrio uterino, estrutura que recebe o embrião quando ocorre fecundação do óvulo. Assim, quando os níveis de progesterona baixam, ocorre a menstruação pela perda do endométrio. De salientar que baixos níveis desta hormona têm consequências, sobretudo, no ciclo menstrual nomeadamente, alterações na quantidade de sangue perdido durante a menstruação, períodos irregulares, dores abdominais durante a gravidez ou até mesmo abortos espontâneos.

A testosterona é a principal hormona sexual masculina, possibilitando ao homem a produção de espermatozoides, a obtenção de ereções, líbido, a manutenção dos caracteres sexuais masculinos como barba, voz grave, entre outros. Todavia, na mulher esta hormona também se reveste de importantes funções, existindo, porém, em quantidades substancialmente menores no organismo feminino, sendo produzida nos ovários e nas glândulas suprarrenais. Nas mulheres os níveis desta hormona influenciam não só a líbido e a excitabilidade sexual, conferem proteção contra problemas cardíacos, como também são responsáveis pela manutenção da capacidade de memória e ganho de massa muscular, entre outras.

2. Menopausa

A menopausa é um processo biológico natural, no qual ocorre o fim das menstruações espontâneas, em virtude da diminuição da atividade dos ovários, que deixam de gerar, um óvulo mensalmente. Esta fase da vida da mulher define, efetivamente, o fim da fertilidade feminina e implica uma redução, mais ou menos, progressiva da produção de estrogénios, deixando-a exposta a um novo ambiente hormonal. A primeira manifestação desta fase é o surgimento de menstruações irregulares que podem perdurar por vários anos, culminando no desaparecimento definitivo das mesmas.

Os sintomas precoces da menopausa compreendem sensações súbitas de calor e mudanças de humor. Posteriormente e em consequência da diminuição progressiva da concentração de estrogénios no organismo, podem advir alterações a nível: cerebral, cutâneo, articular, cardiovascular, ósseas e do peso. Estas alterações podem manifestar-se através de dificuldades sexuais, secura vaginal, diminuição da líbido, aumento da TPM, menstruações irregulares, depressão, tristeza, ansiedade, problemas urinários, risco aumentado de fraturas ósseas, aumento do risco de doença cardíaca, entre outras.

Disfunções sexuais femininas

Uma grande parte das mulheres têm líbido baixa ou dificuldades em atingir o orgasmo, afetando o seu bem-estar. Podemos afirmar que estamos perante uma disfunção sexual feminina sempre que uma mulher se sente infeliz com alguma parte da sua vida sexual.

As disfunções sexuais femininas podem ser divididas em:

Ao longo da vida da mulher, podem ocorrer mais do que um tipo de disfunção sexual, podendo ser temporária ou duradoura. Estas alterações são, habitualmente, multifatoriais e atingem vários aspetos da vida da mulher.
Causas das disfunções sexuais femininas

As causas apontadas para a existência de disfunções sexuais femininas são variadas, sendo crucial efetuar uma avaliação completa de forma a definir a melhor abordagem terapêutica para cada caso. As causas gerais prendem-se com várias patologias, a saber:

  • diabetes;
  • doenças cardíacas;
  • artrite;
  • esclerose múltipla;
  • consumo frequente de álcool;
  • medicação para:
  • patologias ginecológicas:
    • endometriose;
    • dor pélvica crónica;
    • problemas no pavimento pélvico;
    • cirurgias pélvicas ou genitais que envolvam lesões vasculares ou nervosas

Como abordamos anteriormente, os déficits hormonais causam diversas alterações na mulher, designadamente do foro sexual. Os baixos níveis de estrogénios habituais na menopausa e em situações de mau funcionamento do ovário provocam secura vaginal e dor durante o coito.

De salientar que a dimensão emocional e psicológica desempenha um papel considerável nas disfunções sexuais, visto que estas podem ser a outra causa destas patologias ou, frequentemente, ser mais uma consequência das mesmas. Assim, distúrbios de origem mental designadamente, o stress, a ansiedade, a depressão, os distúrbios alimentares, os abusos passados, o medo de engravidar poderão ser um elemento que desencadeie este tipo de disfunções. Para além disso, problemas no relacionamento ou crenças religiosas e culturais interferem, geralmente, na vida sexual da mulher.

Tratamento das disfunções sexuais femininas

Para um correto tratamento é crucial efetuar uma avaliação cuidada dos sinais, sintomas e da forma como a mulher gere o problema. Só desta forma, se torna viável definir quais as terapêuticas mais apropriadas e alcançar a restauração plena da saúde sexual da mulher.

Existem diversas formas de tratamento que devem ser consideradas e ponderadas no tratamento deste tipo de disfunções.

A primeira delas passa pela comunicação, ou seja, conversar com o parceiro sobre o problema é extremamente importante. O diálogo pode, efetivamente, ser uma forma útil de ambos ultrapassarem o problema, diminuindo a ansiedade, a vergonha e o stress inerentes.

A manutenção de um estilo de vida saudável, nomeadamente, mantendo um peso saudável, ter uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico, eliminar hábitos nocivos como o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas, dormir bem, aumentam a sensação de bem-estar e a disponibilidade para as relações sexuais.

Como já referido anteriormente, a mulher ao longo da vida está sujeita a grandes variações do perfil hormonal. Assim, o recurso a uma terapia de otimização hormonal pode revelar-se de importância capital na melhoria da vida sexual da mulher.

Após a menopausa, o uso de estrogénios pode ajudar na lubrificação vaginal e naturalmente na redução da dor durante o coito. Estes podem ser ministrados de forma local (vagina) ou de forma sistémica (em todo o organismo), através de implantes, cremes, pensos, ou por via oral. A administração sistémica, traz não só benefícios ao nível da saúde sexual como também possibilita a proteção de patologias associadas ao baixo nível de estrogénios. A testosterona poderá também ser uma forma de aumentar substancialmente a líbido nas mulheres, ajudar a manter a massa corporal saudável (massa magra x massa gorda), assim como manter o tónus muscular tanto do sistema musculoesquelético, como da musculatura pélvica. A hormona do crescimento apresenta-se como um complemento à prevenção e tratamento destas disfunções, pelo efeito relevante que possui no organismo.

A terapia laser de baixa intensidade concede energia adicional e localizada, com resultados benéficos a nível celular, elementares para restabelecer o equilíbrio, para prevenir ou tratar doenças. Através da fotoativação celular inerente a este tipo de tratamento, verificam-se os seguintes benefícios, a saber:

  • melhoria da microcirculação sanguínea e linfática;
  • ação reparadora e regeneradora dos tecidos;
  • melhoria do sistema imunitário;
  • aumento da síntese proteica e da atividade enzimática;
  • entre outras.

Desta forma, alcança-se um efeito protetor em diversos tecidos corporais, prevenindo e tratando várias patologias nomeadamente as disfunções sexuais.

Clínica de Saúde Sexual

Este artigo foi publicado em parceria com a Clínica do Poder - Drº José Pereira da Silva (ERS: E127536).

Pode contactar, aqui, a Clínica do Poder.

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