A midríase (pupila dilatada) consiste no aumento do diâmetro da pupila (maior que 4 mm). Dizemos que estamos perante uma midríase fixa ou paralítica se mesmo após estimulação luminosa, a pupila continuar dilatada, ou seja, após estímulos de luz a pupila deveria contrair (função reagente), contudo continua aumentada (grande). A midríase pode ocorrer em apenas um dos olhos (midríase unilateral) ou nos dois olhos (midríase bilateral).
Em oposição à midríase pupilar onde ocorre o aumento da pupila, pode ocorrer uma contração da pupila que se designa de miose (diâmetro da pupila menor que 2 mm). Neste caso, verifica-se uma diminuição do diâmetro das pupilas. É importante, ainda, diferenciarmos a midríase de anisocoria, nesta anomalia existe uma desigualdade no tamanho do diâmetro pupilar, que é mais notório em ambientes com pouca luz.
Causas na midríase
Na midríase pupilar unilateral, as causas estão relacionadas, na maior parte das vezes, com o bloqueio do nervo que estimula o esfíncter da pupila. Este bloqueio impede uma normal resposta a estímulos luminosos como, por exemplo, na pupila de Holmes Addie.
Outras causas relacionadas com a midríase, são seguintes:
- Intoxicação por abuso de substâncias como álcool e drogas, por exemplo: atropina, cocaína, LSD, entre outras;
- Efeitos secundários pelo uso de medicamentos (midríase medicamentosa) como, por exemplo, benzodiazepinas, no tratamento de um quadro clínico de ataque de pânico, ansiedade e depressão;
- Lesões cerebrais como, por exemplo, lesões no tronco encefálico, fratura do crânio;
- Presença de doenças no sistema nervoso parassimpático como, por exemplo, aneurisma cerebral, tumores cerebrais, edema cerebral e traumatismo cranioencefálico (TCE). Estas podem ocorrer do mesmo lado que o distúrbio motor (midríase ipsilateral);
- Transtorno no terceiro nervo craniano;
- Presença de glaucoma (pressão intraocular elevada);
- Hipoxia cerebral (diminuição de oxigénio no cérebro);
- Iminência de estado de choque;
- Paragem cardiorrespiratória;
- Acidente vascular cerebral (AVC);
- Etc.
A midríase, por vezes, é provocada (midríase iatrogénica) por um oftalmologista com o objetivo de testar a visão, de modo a observar as estruturas internas dos olhos.
A midríase deve ser despistada no recém-nascido, na medida em que o exame oftalmológico é fundamental para verificar se o bebé reage aos estímulos luminosos e despistar eventuais anomalias oculares e outras doenças.
Sintomas na midríase
A midríase pode estar associada a outros sinais e sintomas que podem variar de acordo com a causa subjacente. Veja mais informação em cada uma das causas relacionadas.
Midríase tem cura?
A estabilização das pupilas e a sua normal reação a estímulos luminosos depende, sobretudo, das causas que lhe estão associadas.
Tratamento na midríase
O tratamento na midríase depende essencialmente da causa subjacente, podendo em alguns casos a dilatação das pupilas estabilizar sem qualquer intervenção.
Nos casos de neuropatia diabética com atingimento do III nervo craniano a midríase pode reverter. Se a midríase for irreversível, pode ser realizada cirurgia do esfíncter da pupila.