Obesidade

Obesidade

O que é a obesidade?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o excesso de peso e obesidade são definidos como uma acumulação anormal ou excessiva de gordura, que apresenta riscos para a saúde.

A obesidade é considerada uma doença crónica, complexa e multifatorial, com um elevado impacto na qualidade de vida dos indivíduos, sendo um distúrbio nutricional muito prevalente na sociedade atual.

Atualmente, a prevalência da obesidade tem vindo a aumentar, sendo considerada um problema de saúde pública.

Em Portugal, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2019 mais de metade da população com 18 ou mais anos (53,6%) tinha excesso de peso ou obesidade. Foi também verificado que 1,5 milhões de pessoas com 18 ou mais anos (16,9%) sofria de obesidade, sendo que destes 17,4% eram mulheres e 16,4% eram homens.

Como se desenvolve a obesidade?

A obesidade pode ser considerada, na maioria dos casos, como uma doença multifatorial, que resulta de um balanço energético positivo, ou seja, pelo consumo de calorias superior aquele que é gasto pelo corpo, sendo o excesso de calorias armazenado pelo corpo sobre a forma de gordura, podendo afetar a saúde da pessoa.

Existem vários fatores que podem promover o desenvolvimento da obesidade, sendo que entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de obesidade encontra-se uma alimentação inadequada e o sedentarismo.

Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da obesidade podemos destacar, por exemplo:

  • Alimentação incorreta, com um elevado consumo de alimentos calóricos ou um consumo de quantidades de alimentos muito grandes;
  • Sedentarismo;
  • Medicação;
  • Genética;
  • Psicológicos – pode existir associada a casos de distúrbios alimentares, como na ingestão compulsiva.

Como posso saber se posso estar em risco de ter obesidade?

Para avaliar o peso de uma pessoa e perceber se está com obesidade ou excesso de peso, é utilizado um indicador, o IMC (Índice de Massa Corporal).

O IMC pode ser calculado através da seguinte fórmula: Peso (kg) / Altura (m)2, ou seja, dividir o peso pela altura ao quadrado.

Este indicador permite avaliar o peso em função da altura da pessoa, sendo que em função do valor obtido podemos classificar o peso em:

  • Baixo peso IMC < 18,5
  • Peso normal IMC 18,5 - 24,9
  • Excesso de peso IMC 25 - 29,9
  • Obesidade IMC >30
  • Obesidade grau I (Moderada) IMC 30-34,9
  • Obesidade grau II (Severa) IMC 35-39,9
  • Obesidade grau III (Mórbida) IMC >40

Apesar de o IMC ser uma ferramenta bastante prática e muito utilizada, só por si não permite fazer um diagnóstico de obesidade, isto porque apenas avalia o peso corporal da pessoa e não a sua composição corporal, ou seja, a forma como esse peso está distribuído. Este não avalia o peso em massa gorda (gordura corporal) ou em massa muscular, sendo que, por exemplo, uma pessoa com muita massa muscular pode ter um IMC indicador de excesso de peso sem ter excesso de massa gorda.

Dadas as limitações desta ferramenta, a avaliação do IMC deve ser complementada com outros métodos, como a bioimpedância e a medição do perímetro abdominal.

Bioimpedância

Este método não invasivo permite realizar a avaliação da composição corporal, analisando a percentagem de massa gorda, massa magra e água, através da passagem de uma corrente elétrica de baixa intensidade.

A Bioimpedância pode ser utilizada de forma complementar com o IMC, permitindo perceber se um IMC mais elevado se deve a uma massa gorda excessiva ou a um elevado valor de massa muscular (como acontece, por exemplo, nos culturistas).

Perímetro abdominal

A medição do perímetro abdominal com uma fita de perímetros, permite avaliar a existência de gordura visceral (gordura interna, na zona abdominal).

Este é um indicador de saúde, que permite avaliar o risco para o aparecimento de doenças que estão associadas ao aumento do perímetro abdominal, como a hipertensão, a diabetes tipo 2 e a hipercolesterolemia.

Os valores de referência para o perímetro abdominal são:

  • Mulheres: o perímetro abdominal deve ser inferior a 88 cm;
  • Homens: o perímetro abdominal deve ser inferior a 102cm.
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Riscos da obesidade

A obesidade é um grande fator de risco para o desenvolvimento de doenças não transmissíveis, que reduzem a qualidade de vida e aumentam a morbimortalidade, tais como:

  • Doenças cardiovasculares, como por exemplo hipertensão arterial e doença coronária isquémica;
  • Doenças metabólicas e endócrinas, como a diabetes mellitus tipo 2, síndrome metabólica e dislipidemia;
  • Doenças músculo-esqueléticas, como osteoartrite;
  • Doenças respiratórias, como a dispneia e a apneia do sono;
  • Alguns tipos de cancro.

Tratamento / prevenção da obesidade

Existem vários fatores de risco associados ao desenvolvimento de obesidade, sendo que entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da obesidade encontram-se o sedentarismo e os maus hábitos alimentares. Como tal, uma alimentação saudável e equilibrada, ajustada às necessidades e estilo de vida do indivíduo constitui um ponto importante na prevenção ou tratamento da obesidade.

A alimentação deve ser adaptada à pessoa, tendo em conta o seu estilo de vida, ambiente familiar, assim como outros fatores individuais. Uma alimentação adaptada não só às necessidades nutricionais, mas também a todos estes fatores é essencial para garantir uma boa adesão e consequente sucesso do plano alimentar.

Recomendações alimentares:

  • Controle as porções de alimentos - reduza a quantidade de alimentos às refeições, fazendo apenas as quantidades que necessita para ficar saciado;
  • Evite a ingestão excessiva de gorduras excessivas, optando por gorduras saudável, como o azeite, frutos oleaginosos, sementes e abacate;
  • Inclua alimentos ricos em proteína, pois um correto consumo proteico irá auxiliar na manutenção da massa muscular e promover uma maior saciedade. Como fontes alimentares de proteína temos, por exemplo, ovos, carne, peixe, tofu ou leguminosas;
  • Privilegie o consumo de hortícolas nas refeições principais - opte pelos produtos da época e aposte em pratos que incluam legumes ou saladas, variando sempre nos legumes colocados.
  • Inclua no seu dia-a-dia a fruta – pode utilizá-la como um lanche entre as refeições principais;
  • Opte por hidratos de carbono complexos e mais ricos em fibra, como o arroz integral, massa integral, leguminosas, quinoa ou batata-doce;
  • Elimine o consumo de alimentos com elevado teor de açúcar, como por exemplo as bolachas, bolos e chocolates;
  • Cozinhe as suas próprias refeições, evitando fritos e molhos industrializados;
  • Ingira entre 1,5 a 2L de água por dia - vá bebendo ao longo do dia e não apenas quando tiver sede;
  • Evite distrações na hora da refeição, como a televisão, telemóvel ou computador, mastigue bem e aproveite a sua refeição.

Paralelamente, associada à alimentação saudável e equilibrada outro ponto importante é a manutenção de um estilo de vida ativo. A Organização Mundial de Saúde recomenda a prática, em adultos, de pelo menos 150 minutos de exercício físico aeróbico de intensidade moderada ou, pelo menos 75 minutos de exercício físico aeróbico de elevada intensidade. Estes devem ser distribuídos ao longo da semana, com períodos mínimos de 10 minutos.

Posteriormente à perda de peso a continuação da implementação de um estilo de vida saudável e ativo, aliado a uma alimentação equilibrada é fundamental para a manutenção do peso perdido a longo prazo.

Como tal, é aconselhável o acompanhamento nutricional por um nutricionista, de forma a garantir uma alimentação adaptada aos objetivos e necessidades individuais. Aliado ao acompanhamento nutricional poderá ser importante o acompanhamento por um psicólogo e/ou médico.

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