O cisto sinovial ou quisto sinovial é um tumor benigno, preenchido por um conteúdo mucoso (mucina) e que geralmente está conectado à cápsula da articulação sinovial ou à bainha sinovial do tendão adjacente.
São mais frequentes no sexo feminino e 70% dos quistos sinoviais surgem entre os 10 e os 30 anos.
Localizações do cisto sinovial
O cisto ou quisto sinovial pode surgir em todas as articulações do corpo, mais frequentemente no punho e mão, pé e tornozelo e joelho.
Neste artigo abordamos apenas o quisto sinovial do punho e mão. O cisto sinovial ou quisto sinovial é o tumor mais frequente da mão.
Cisto sinovial no punho e mão
Os cistos sinoviais no punho e mão geralmente têm localizações muito específicas embora já tenham sido descritos quistos em quase todas as articulações do punho e mão. Em 60-70% dos casos, os quistos sinoviais estão localizados na região dorsal do punho e em cerca de 20% na região palmar do punho. Esta última localização parece estar mais frequentemente associada a algum tipo de patologia intrarticular, pelo que a artroscopia do punho pode ser útil no seu diagnóstico e tratamento. Mais raramente, os quistos podem ser denominados como ocultos, quando não são visíveis ou palpáveis, sendo estes normalmente muito tensos e dolorosos.
Os quistos sinoviais do punho geralmente são isolados. Menos frequentemente podem estar associados a nódulos reumatóides dos dedos ou causar compressão das estruturas nervosas da mão, como o nervo mediano e nervo cubital.
São tumores benignos que não possuem risco de degeneração maligna.
Causas do cisto sinovial
A causa do desenvolvimento de quistos sinoviais do punho e mão, na maioria dos casos, é desconhecida. Em 10% dos casos pode ser associado a um evento traumático específico e, em alguns casos, a pequenos traumatismos repetitivos. Trata-se de uma patologia sem relação ocupacional ou com a profissão.
Sintomas do cisto sinovial
Os principais motivos de consulta por esta patologia são a alteração estética do punho ou da mão, a dor e/ou fraqueza do punho e mão ou pelo receio de malignidade.
Os quistos sinoviais podem ter um aparecimento súbito ou desenvolver-se ao longo de vários meses, podendo causar dor mesmo antes de se tornarem perceptíveis.
A sua história natural é muito variável, podendo ser dolorosos ou não, aumentar ou diminuir com o tempo ou em relação com a atividade, podem romper ou desaparecer espontaneamente.
Diagnóstico do cisto sinovial
O diagnóstico do quisto sinovial é feito com base na história clínica do doente e exame físico. As técnicas de transiluminação e, por vezes, a aspiração também podem ser úteis para o diagnóstico.
O exame auxiliar de diagnóstico de primeira linha mais frequentemente usado no estudo diagnóstico dos quistos sinoviais é a ecografia, um método inócuo, rápido e barato, com elevada capacidade de detecção dos quistos. Quando este método é insuficiente, podemos socorrer-nos de outros exames mais específicos como a ressonância magnética, a artrografia ou a cistografia.
A radiografia geralmente é pouco informativa mas pode ser útil no diagnóstico de quistos intraósseos ocasionalmente presentes do punho e que podem ser fonte de dor, ou nos casos associados a artrose.
Tratamento do cisto sinovial
O tratamento do cisto sinovial inicialmente deve ser conservador pela baixa morbilidade associada a esta patologia, bem como a elevada taxa de sucesso deste tipo de tratamento.
O tratamento conservador consiste inicialmente no controlo sintomático através de medicação analgésica ou antinflamatória e ortóteses para repouso.
Podemos ainda recorrer a técnicas mais invasivas como a injeção de soluções esclerosantes ou a aspiração do quisto e infiltração com um corticóide permitindo a redução da massa e alivio dos sintomas por um período variável, podendo ser curativo em 20-30% dos casos
Cirurgia de cisto sinovial
A cirurgia está reservada para doentes com quistos sinoviais sintomáticos apesar do tratamento conservador, ou significativamente inestéticos.
A operação pode ser realizada através de uma técnica aberta ou artroscópica. Apesar de ambas as técnicas apresentarem resultados sobreponíveis, a cirurgia artroscópica permite uma recuperação mais rápida e está associada a menos complicações com a cicatriz. Além disso, tem a vantagem de possibilitar a visualização da articulação, o que permite identificar qualquer patologia intrarticular que possa estar associada ao quisto sinovial.
Cirurgia cisto sinovial - riscos, complicações
O principal risco da cirurgia do quisto sinovial é a recorrência do cisto, que pode ocorrer em até 50% dos casos, sendo sobreponível na cirurgia aberta ou artroscópica.
As complicações da cirurgia são raras. As mais frequentes são a dor no local da cicatriz, a formação de cicatrizes hipertróficas, pequenos nevromas superficiais ou uma ligeira limitação da mobilidade do punho que pode ser prevenida pela mobilização precoce e fisioterapia. A maioria destas complicações podem ser minimizadas pela realização da cirurgia por via artroscópica.
Cirurgia cisto sinovial - pós operatório
O pós-operatório da cirurgia do quisto sinovial envolve a realização de pensos 1 a 2 vezes por semana e os pontos são removidos entre o 10º e o 12º dia de pós-operatório. O uso de ortótese imobilizadora em ligeira flexão pode ser uma opção até à remoção das suturas para evitar a rigidez. Na presença de alguma limitação da mobilidade do punho, a fisioterapia pós-operatória pode ser útil, estando associada a bons resultados.
Cirurgia cisto sinovial - recuperação
Na cirurgia do cisto sinovial, o tempo de recuperação é curto. Após o 12º dia, o doente deve iniciar mobilização progressiva, podendo regressar às atividades normais, incluindo ao trabalho.