Exercício físico e Disfunção Erétil

Exercicio fisico e saude sexual masculina

Exercício físico e Disfunção Erétil

A saúde sexual masculina prende-se com um completo bem-estar físico, mental e social associado à sexualidade. No sexo masculino, os problemas mais frequentes são os do foro erétil ou ejaculatório. A disfunção erétil é uma causa estimável de perda da qualidade de vida masculina, caracterizando-se pela incapacidade de alcançar e manter uma ereção por tempo suficiente que permita a satisfação sexual tanto do homem como da mulher.

Este problema atinge cerca de um terço da população masculina, aumentando a sua prevalência com a idade. Os estudos epidemiológicos revelam que existem vários fatores de risco para a disfunção erétil, a saber:

  • Sedentarismo;
  • Obesidade;
  • Hipertensão;
  • Síndrome metabólica e diabetes;
  • Aterosclerose;
  • Doenças cardiovasculares;
  • Prostatite crónica.

Ao longo deste artigo vamos debruçar-nos sobre a importância e influência da realização de exercício físico na saúde sexual masculina, designadamente na disfunção erétil.

Importância do exercício físico na qualidade de vida sexual

De todos os fatores de risco cardiovascular que influenciam a fisiopatologia da disfunção erétil, o sedentarismo revela-se um dos mais principais fatores a ser transformado no tratamento dos problemas de ereção.

A prática sistemática de exercício físico aumenta a capacidade de exercício e reduz o peso corporal, além de promover o controlo da hipertensão arterial e da diabetes. O exercício vigoroso, como correr pelo menos 3 horas por semana, reduz em cerca de 30% o risco de disfunção erétil, comparativamente ao grupo indivíduos sedentários ou que realizam pouca atividade física.

Para além de exercer um efeito protetor (de prevenção), o exercício apresenta também ligações fortes e positivas entre a sua prática regular e o tratamento da disfunção erétil. As investigações efetuadas nesta área revelam ainda vantagens ao nível não só do aumento da regularidade da prática sexual como também da duração do ato sexual e do prazer.

Os efeitos do exercício físico foram analisados através de estudo randomizado realizado, num ensaio que envolveu 78 homens sedentários saudáveis, com média de 48 anos, submetidos a nove meses de treino com exercícios supervisionados, três vezes por semana com sessões de 60 minutos de duração. Os indivíduos foram orientados a realizar exercício entre 75-80% da frequência cardíaca (FC) máxima predita pelo teste ergométrico.

O grupo-controlo participou em caminhadas e foi orientado a não exceder em 25min da FC de repouso. Os resultados do estudo expuseram evidências que comprovam que o aumento do nível de exercício físico apresenta melhorias muito diversas, a saber:

  • o desempenho sexual;
  • o desejo;
  • a excitação;
  • a frequência e a satisfação na atividade sexual;
  • diminuindo a insatisfação e os episódios de disfunção erétil no grupo submetido ao treino mais intenso.

Efeito do exercício na produção de testosterona

A testosterona é uma das hormonas androgénicas com efeito anabólico mais poderosa do corpo humano. Uma das suas funções está relacionada com o crescimento e a manutenção da massa muscular, sendo também responsável pela manutenção da líbido e de uma boa função erétil.

Os homens a partir dos 35 anos apresentam um declínio de 1-3% anual na concentração de testosterona, situação conhecida como andropausa.

Com base em vários estudos efetuados é possível concluir que existe um efeito positivo na produção e resposta à testosterona durante a realização de exercício com resistência. Assim, é de extrema relevância ponderar a inclusão de exercícios de resistência muscular nos planos de treino, para além do treino aeróbico. Estes exercícios deverão englobar um volume de treino para os músculos apreciável e um stress metabólico suficiente, ou seja, o número de repetições deve-se aproximar da falha.

Relação entre o exercício físico e disfunção erétil

Os fatores de risco modificáveis da disfunção erétil são os mesmos das doenças cardiovasculares. A alteração de estilo de vida deve ser incutida pelos profissionais de saúde, assim como a consciencialização da sua importância por parte dos próprios indivíduos.

A prevenção desta patologia exige intervenção precoce por meio de mudanças no hábito de fumar, no controlo do peso e tratamento efetivo da diabetes e hipertensão arterial. O exercício físico tem um efeito positivo comprovado nos fatores de risco e o treino possui um papel preventivo e terapêutico, sendo eficaz tanto para reverter como para atenuar o grau de disfunção erétil.

A realização de exercício físico deverá ser recomendada caso a caso, ou seja, tendo em conta o nível de atividade física anterior e eventuais patologias que requeiram cuidados ou limitações na sua prática. Pessoas sedentárias irão beneficiar de qualquer forma e volume de exercício praticado. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um adulto deverá, no mínimo, realizar 150 minutos por semana de exercício físico aeróbio de intensidade moderada (p.e. caminhada rápida) ou 75 de intensidade vigorosa (p.e. correr). A isto deve acrescer 2 a 3 sessões semanais de reforço muscular com resistência.

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